HANDLING
A palavra “Handling” é uma abreviatura de “Ground Handling Services”, que é uma denominação inglesa para englobar todos os serviços que prestam apoio tanto a aeronaves como a passageiros, bagagens, carga e correio. Em Portugal, são mais conhecidos por “Assistência de Passageiros”.
Estes serviços podem ser prestados pelos próprios aeroportos, no caso de aeroportos pequenos ou que são um destino maioritariamente turístico, ou por empresas externas.
Dentro dos serviços prestados às aeronaves constam:
Serviços de placa
Manutenção de rotina;
Parqueamento;
Carregamento e descarregamento de malas (bags, pax e cargo);
Fornecimento de energia (para que os motores sejam fornecidos por energia no solo não necessitam de estar parados);
De-icing (remoção de neve e gelo);
Reboque com pushback (utilizado quando não há espaço para o avião efectuar uma manobra. É efectuado por um veículo que reboca o avião desde a porta de embarque até à taxiway);
Abastecimento de combustível e óleo;
Catering (abastecimento de comidas e bebidas);
Limpeza técnica(páginas 15 e 16) de aviões (interior e exterior);
Transporte de água (enchimento dos tanques de água doce);
Ar condicionado (para pequenas aeronaves);
Escadas para passageiros e elevadores para passageiros com deficiências.
Operações de voo
Load-control (informação do número de passageiros, bagagem e peso total do avião, para controlo do equilíbrio);
Comunicações e controlo aéreo;
Planeamento dos voos e tripulações (pilotos, assistentes de bordo).
Serviços de cabine – asseguram o conforto dos passageiros. Limpeza da cabine de passageiros e reposição do stock de consumo de bordo ou de outros produtos como sabões, almofadas e cobertores.
Aos passageiros, o handling manifesta-se através:
Check-in;
Balcões de venda de bilhetes;
Raio-X de bagagem;
Sala de espera (lounge);
Controlo de bagagens (inclui Lost and Found) e transporte de passageiros do avião para os terminais (e vice-versa).
A carga e o correio:
Entrada e saída nos porões das aeronaves e controlo alfandegário.
O handling envolve muitos procedimentos, que ocorrem entre a chegada do avião ao portão do terminal e a sua descolagem. Para que o tempo de rotação, ou seja, o tempo durante o qual a aeronave permanece estacionada, não seja muito prolongado, a rapidez, eficiência e precisão são “características-chave”. Desses procedimentos constam: a autorização por parte dos aeroportos para a realização dos voos, preparação desses mesmos voos, envio de mensagens através de e-mail ou de outros meios de comunicação como a Sociedade Internacional de Telecomunicações Aeronáuticas (SITA) (informações sobre o avião que descolou), abertura dos balcões de check-in no aeroporto de destino.
Previamente, é feito um planeamento comercial, a venda de bilhetes e depois de estarem estabelecidas as condições de número de passageiros para um determinado avião, esse avião opera. As companhias de handling ou o próprio aeroporto têm de processar simultaneamente os passageiros que chegam ao aeroporto de destino (aceitação dos passageiros e da carga, descarga da bagagem) e os passageiros que irão sair do mesmo aeroporto - aeroporto de origem - nesse avião (aquisição do bilhete, check-in, aceitação dos passageiros e da bagagem, envio desta para o avião e embarque). Entre o terminal e o embarque no avião, os passageiros são responsabilidade das companhias ou do aeroporto.
Quando o avião está a chegar ao aeroporto há um contacto, não obrigatório, com a coordenação da companhia de handling, onde esta é informada das necessidades do avião (combustível, a existência de passageiros com mobilidade reduzida (PMR), passageiros que necessitam de assistência médica, passageiros menores não acompanhados, manutenção do avião, …). Quando essa mensagem é recebida, as operações da companhia divulgam-na pelos diversos departamentos. Por isso, é que todos os serviços têm de estar muito bem coordenados entre eles.
Nos serviços de handling que são prestados às aeronaves são utilizados veículos especializados, que apenas desempenham uma determinada tarefa, não servindo para mais nada. Fabricados na Europa, na América e, nos dias de hoje, na Ásia, estes veículos chegam a custar trezentos mil euros.
Qualificações dos funcionários
Todos os funcionários têm de ter formação.
As pessoas que não têm formação nos serviços de handling (serviços na placa), normalmente, começam por descarregar malas.
Os funcionários que conduzem na placa, para além de serem qualificados, têm de ser possuidores de uma carta própria.
Há medida que vão evoluindo, os trabalhadores vão aumentando sempre o seu grau de especialização. As companhias fazem regularmente auditorias, para saber o que cada um dos funcionários fez antes de chegar a um check-in ou antes de chegar a um avião; passam pela sala de formação para verem os “File Records”, os “Training Records”, vão ver se todos os funcionários fizeram as formações, se as actualizações estão feitas. Cada companhia tem o seu próprio procedimento e os seus próprios manuais de formação. Por isso é que é preciso que uma pessoa tenha todos os cursos até chegar ao pé de um avião. Depois quando está junto a um deles, existem regras que têm de ser cumpridas, estar junto a um avião obriga a respeitar todas as regras.
Na formação há dois tipos de sala: uma equipada com computadores onde simulam o check-in e onde fazem a aceitação de passageiros e outra mais vulgar onde são realizados os outros cursos.
No aeroporto de Faro, as empresas responsáveis pelo handling são a Portway e Groundforce. A primeira foi premiada como melhor agente de handling de carga aérea pela Revista Transportes & Negócios em 2004, 2005 e 2006. A segunda, graças à escala de Faro, em 2007, foi distinguida pela TAP Portugal com dois prémios: “Best Handling Agent” e “TAP Best Station Award”.